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A mostrar mensagens de dezembro, 2011

Refúgio

Despindo a alma de preconceitos e pudores, nada podia ser mais claro, claro e límpido como a água. As razões para qualquer que fosse a reacção dela, eram nulas. Tinha passado para lá da insanidade, e sinceramente? Não haviam receios. Não havia qualquer tipo de sentimento, e isso era tranquilizador. Era como se houvesse uma barreira entre os sentimentos e o vazio. Uma parede sem fim no meio. E ela havia pulado para o outro lado. No lado onde não havia nada a temer, onde tudo era desprovido de sentido e onde sentimentos eram banidos. Todo e qualquer tipo de sentimento. Sabia que tinha coração porque sentia o pulsar do sangue pelas artérias do seu corpo. Mas nada mais. Estava sozinha nesse sítio ambíguo, e estava bem assim, sem precisar de justificações, sem nada para a julgarem. Mas por quanto tempo mais conseguirá ficar assim, nesse imaculado estado? A resposta é algo que, por agora, não lhe interessa saber.