E se perguntassem o que vem a ser o certo, Ela olharia com a cabeça torta, como a de um cão quando parece não compreender o que se passa. Aquele olhar penetrante, de quem tem sede de entender realmente como as coisas são. Talvez ela não soubesse amar, pois mais um amor tinha ido embora. Nessa imensa individualidade, onde ninguém a podia entristecer, acabavam por nascer espinhos. Espinhos para picar quem se tentasse aproximar. O medo da mágoa não deixava que lhe tocassem, ou então havia medo porque ainda não tinham tocado fundo o suficiente para que não houvesse lugar para ele. Ela já estava habituada a isso tudo. Habituada e fria, porque depois de tantas lágrimas, ela finalmente parecia ter secado. A maquilhagem borrada em volta dos olhos, tinha sido limpa na noite anterior. Agora os seus olhos apenas denotavam cansaço e...desilusão. Estava cansada de construir sonhos, planos, fantasias. E depois da desilusão, ter de destruir uma por uma, como se nada daquilo tivesse um dia exi