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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2012

Mundos e fundos

Acordou e nada estava bem. Os dias solarengos e cheios de vida já iam bem longe no horizonte, agora tudo o que conseguia avistar eram nuvens, carregando o peso de um mundo. Uma enorme sensação de nostalgia invadiu-a de imediato. Apercebendo-se do quão eram bons os ingénuos tempos de criança, em que via o fim do mundo todos os dias, mas na manhã seguinte, estava tudo bem. Agora, as coisas não se passavam bem assim. A noite não conseguia mais carregar o peso dos seus medos. Seja destino ou outro tipo de utopia marada, os dias passavam e um resto dela passava com eles, desvanecendo-se, tão impercetivelmente que só conseguia ver a diferença quando, ao olhar para trás, reparava que nada mais restava a não ser a marca das memórias, arrastadas para longe, deixando caixas vazias pelo caminho, e sonhos, que um dia apenas precisaram de alguém que acreditasse neles. E esse alguém não estava lá para os manter. Eles correram, líquidos como a chuva, por entre as fissuras, preenchendo o ladr

What goes around...

Procurei-te. Sim, é verdade. Na altura em que o teu silêncio feria mais que ferro quente no meu peito, e matava-me, lentamente. Procurei o teu nome, o teu cheiro, a tua camisa, procurei todos os vestígios de ti. Tinhas o cuidado de deixar sempre um rasto por onde passavas. Típico teu e de meninos como tu, que colecionam jarras de corações. Aparecias em todo o lado, e eu procurava-te sem te encontrar, mesmo que estivesses à minha frente. Chegava a sentir repulsa por pisar o mesmo chão que tu, por saber que pousavas o teu olhar em mim, mas mesmo assim, preferias ficar no teu tão acostumado silêncio, sentindo-te importante e galando a pêga mais próxima e fácil que encontrasses. Estúpida, eu, por pensar que poderia ser diferente. Foi ao tomar realmente consciência da pessoa que eras, que um enorme alívio me invadiu. Afinal de contas, podia esquecer-te tão facilmente como um estalar de dedos, sem qualquer tipo de remorso, apenas com a certeza de que pessoas como tu não me merecem qualquer t

(Im)previsível

Como seria se a nossa vida fosse como nos filmes? Se no final, tivesses a certeza de que tudo ia acabar bem? Sinceramente acho que não teria tanta piada assim. É como contarem-te uma anedota e tu já saberes como vai acabar. Acabas por não te rir, pois a mesma coisa não tem duas vezes o mesmo impacto. Da mesma forma é a nossa vida. Nunca sabes o que vem, o que encontrar ao virar da esquina. Podes até cair no minuto a seguir, ou encontrar o grande amor da tua vida. É bom sair à descoberta, desbravar caminho, ir numa aventura e, acima de tudo, viver com espontaneidade. E medo do desconhecido? Se não te chegares à frente, nunca o perderás.