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Sometimes, the worst place you can be is in your own head

Estou de volta por aqui. Nunca abandonei totalmente este meu cantinho, mas com o passar dos anos veio o desleixo. As redes sociais e o meu trabalho nelas, fizeram com que me dissociasse das palavras e até dos livros. A realidade é que me tenho sentido vazia. Aquele sentimento de que nada faz sentido, o desprazer pelo trabalho, pelas tarefas do dia-a-dia, hobbies, pela vida, até. Apesar de pouco ou nada falar disto, sempre tive tendência para a depressão, a juntar à ansiedade que foi agravando nos últimos anos. O silêncio e o isolamento sempre foram a forma que usei para "lidar" com a situação. Nunca pedi ajuda, sempre achei que era tudo sinal de fraqueza e com ela vinha a vergonha de falar com quem quer que fosse sobre como me sentia. Até porque a dificuldade em explicar por palavras é sempre gigante. Se por acaso me perguntarem porque estou triste, apenas consigo responder "não sei, é por tudo". Sinto que não me consigo fazer entender, e isso deixa-me ainda pior. A ansiedade por sentir o tempo a passar consome-me todos os dias. Queria dar um novo rumo à minha vida. Queria definir ideias, projetos, e consegui-los pôr em prática. Sinto que o vigor, capacidade e brilho de outros tempos estão, aos poucos, a desvanecer, e isso enlouquece-me. Há uns meses atrás perguntaram-me o que eu fazia, e o que eu gostaria de fazer. "O que te impede de o fazer agora?" - perguntou o sujeito, em modo retórico interrogativo. "Nada..." - respondi, sem disfarçar a mea culpa...

Hoje, escrevo este texto de lágrimas a escorrer pelo rosto a acompanhar um grito interior de raiva. Sabem a sensação de estarem de mãos atadas e terem ao mesmo tempo a tesoura ao lado para cortar as cordas? é isso.





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