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There's no fairways

Um dia cresces, olhas para trás e fazes uma retrospectiva do que já passou. Pensas em determinados momentos, acções, e muito frequentemente vem a expressão "onde é que eu tinha a cabeça...". Vais abandonando receios, vais moldando a tua personalidade e aprendes a dançar ao som da melodia. Crias armaduras, seguras o escudo e vais para a guerra. A ampulheta não pára, a vida passa, e quando te apercebes, já se passaram quase duas décadas. Se há uns tempos querias crescer e atingir a maioridade, agora que lá estás é tudo tão estranho. Sentes que a vida é efémera, tomas consciência de onde estás, tentas tomar consciência do que és e do que poderás vir a ser.

Na realidade, és ainda um pequeno grão de areia, no grande deserto que é a vida. Não viveste ainda o tempo suficiente para a vida te dar grandes lições, apenas alguns avisos, fruto de pequenos erros do passado, e pequenas conquistas de algo que te orgulhes muito. Tudo é tão relativo quando o assunto toca à tua existência. Talvez nem sequer saibas quem és, talvez ainda não tenhas encontrado o rumo certo, ou talvez nada disto faça sentido realmente e tudo não passe de estúpidas e patéticas divagações.

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A mim não me interessa ser famosa, não me interessa ser reconhecida, nem saber que sabem o meu nome. Não é isso que me alimenta o ego, não tenho necessidade de ser adorada, nem idolatrada, ou whatever. Interessa que aqueles que eu gosto, gostem de mim e confiem em mim, pois isso sim, me trás felicidade. Julgar sem conhecer é fácil e está à mão de todos, mas se não conheces e falas, concerteza não tens o privilégio de conhecer. Os meus amigos conto-os pelos dedos, e esses, guardo-os a todos no coração. Para o resto do mundo sorrio, mesmo que de volta receba um pontapé. E é isso.

Sometimes, the worst place you can be is in your own head

Estou de volta por aqui. Nunca abandonei totalmente este meu cantinho, mas com o passar dos anos veio o desleixo. As redes sociais e o meu trabalho nelas, fizeram com que me dissociasse das palavras e até dos livros. A realidade é que me tenho sentido vazia. Aquele sentimento de que nada faz sentido, o desprazer pelo trabalho, pelas tarefas do dia-a-dia, hobbies, pela vida, até. Apesar de pouco ou nada falar disto, sempre tive tendência para a depressão, a juntar à ansiedade que foi agravando nos últimos anos. O silêncio e o isolamento sempre foram a forma que usei para "lidar" com a situação. Nunca pedi ajuda, sempre achei que era tudo sinal de fraqueza e com ela vinha a vergonha de falar com quem quer que fosse sobre como me sentia. Até porque a dificuldade em explicar por palavras é sempre gigante. Se por acaso me perguntarem porque estou triste, apenas consigo responder "não sei, é por tudo". Sinto que não me consigo fazer entender, e isso deixa-me ainda pior. A

Há histórias que se fecham a cadeado

Por vezes invejo aquelas pessoas que fazem da sua vida um livro aberto. Mas só um bocadinho. Não me fazia mal nenhum ter umas quantas páginas soltas. Mas não, as páginas do meu livro estão fechadas e é a cadeado. Por vezes deixo que peguem na chave e o abram, mas apenas por momentos. Os fantasmas do passado vivem, acorrentados nos poros do meu corpo, e eu não faço nada para o evitar. Não tenho controlo em mim, quanto mais controlá-los. Chego a sentir-me uma estranha em mim, a patinar de um lado para o outro, e a derrapar aqui e ali. O medo persegue-me diariamente, por caminhos sinuosos e outros nem tanto, mas ele persegue-me e eu tento sempre esconder-me dele. Estou num buraco só meu, e mais ninguém me vê la. Porquê? Já cantava o Angélico "Ela é...um segredo fundo do mar".