Com o passar do tempo começamos a olhar para tudo com olhos diferentes, dizemos até que se começa a "ver" realmente, tudo preto no branco, e não a vermos eufemismos da realidade, que outrora nos protegiam da realidade dura. Mas hoje esse despertar de realidades acontece muito mais cedo, por influência das inúmeras fontes de informação (às quais poderia empregar variados nomes), vivemos constantemente a ser bombardeados por calamidades que vão acontecendo, por situações que nos chocam e nos fazem pensar, nem que seja por breves instantes. É difícil, para não dizer impossível, vermos as coisas desfocadas e, metaforicamente falando, numa tonalidade cor-de-rosa que muitas vezes associamos à ingenuidade característica da infância. Mas ja a infância hoje se está a deteriorar, com crianças a agirem (às vezes) pior que adultos raivosos, outros a pegar em armas, sem bem saberem para que serve, adolescentes que provocam massacres em grande escala, revoltados com sabe-se lá o que. Mas a culpa morre sempre solteira. Que futuro? E não é o tempo que nos vai fazer mudar. Somos nós que mudamos com o tempo.
Estou de volta por aqui. Nunca abandonei totalmente este meu cantinho, mas com o passar dos anos veio o desleixo. As redes sociais e o meu trabalho nelas, fizeram com que me dissociasse das palavras e até dos livros. A realidade é que me tenho sentido vazia. Aquele sentimento de que nada faz sentido, o desprazer pelo trabalho, pelas tarefas do dia-a-dia, hobbies, pela vida, até. Apesar de pouco ou nada falar disto, sempre tive tendência para a depressão, a juntar à ansiedade que foi agravando nos últimos anos. O silêncio e o isolamento sempre foram a forma que usei para "lidar" com a situação. Nunca pedi ajuda, sempre achei que era tudo sinal de fraqueza e com ela vinha a vergonha de falar com quem quer que fosse sobre como me sentia. Até porque a dificuldade em explicar por palavras é sempre gigante. Se por acaso me perguntarem porque estou triste, apenas consigo responder "não sei, é por tudo". Sinto que não me consigo fazer entender, e isso deixa-me ainda pior. A...

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