A criança que um dia fui imaginou tanto este dia.
Imaginei-o e sonhei-o, vezes sem
conta. Com amor, com esperança, com fé. Com todo o meu coração.
Não imaginei onde, como, com
quem, o quê, quando. Não fazia a mínima ideia de quem eu ia ser passados 10,
15, 20, 25 anos. Sabia apenas uma coisa. Que me queria honrar. Queria que a
Marisa que estava anos à frente protegesse a criança que um dia foi.
Hoje não é um dia especial. É um
dia "igual a tantos outros", na minha realidade. Mas é um dia em que,
da memória retiro a cápsula do tempo que a criança de 5 anos enterrou. Ironia
da vida estar exatamente no mesmo sítio. Tive de voltar. Porque foi necessário.
E porque quis voltar.
Hoje respondo à questão que me
coloquei quando tinha 5 anos. Ainda consigo ouvir as palavras a ecoarem na
mente. Eu não perguntava onde iria estar com 28 anos. Perguntava onde iria
estar com 18. Os quase 30 pareciam-me uma utopia, quase como se fosse outra
vida.
E hoje eu respondo-te "No
mesmo sítio. Com terra nas mãos, cabelo despenteado e a apanhar flores. A vida
é simples assim!".
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