Avançar para o conteúdo principal

Ama como um cacto

Vem, vamos brincar de amor, que esta vida é demasiado séria para ti. Vamos embalar o mundo como se de um bébé se tratasse, vamos cantar-lhe lindas melodias, fazer-lhe festinhas no rosto e amá-lo, mesmo quando ele nos aflige e não nos deixa dormir de noite. Vamos sorrir e cantar-lhe, mais uma vez. Sempre que pudermos, dar todo o nosso amor, e, quando em troca recebemos o mais sincero e puro sorriso, é como se de repente tudo valesse a pena. Vamos brincar, temos tempo, que a vida deve ser sempre criança, se crianças formos nós. Vamos sorrir, vamos rir, muito, vamos fazer de conta que somos aquilo que já fingimos ser. Olha com esse teu jeito doce de criança, pensa com a pureza e genuinidade de quem não conhece a maldade, age com espontaneidade. Dá-me a mão e juntos vamos saltar, como quem salta de pedra em pedra, para não pisar a água fria do rio, vamos fugir do mal e abraçar o mundo com os braços cheios de vida. Vamos correr com o vento e dançar com a chuva, atravessar o sol e escorregar no arco-íris. Vamos fazer magia sem precisarmos de ter uma capa e uma cartola pretas, vamos fazer aparecer o amor, em todas as formas e feitios. Dá à vida a forma do teu coração, mete-a lá dentro e não voltes a deixar a porta aberta, porque ela sabe voar, mas tu ainda estás a aprender. Agora vem, substitui o medo pelo entusiasmo, a tristeza pela alegria, dá asas à vontade e brinca, eu brinco contigo meu amor.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Sometimes, the worst place you can be is in your own head

Estou de volta por aqui. Nunca abandonei totalmente este meu cantinho, mas com o passar dos anos veio o desleixo. As redes sociais e o meu trabalho nelas, fizeram com que me dissociasse das palavras e até dos livros. A realidade é que me tenho sentido vazia. Aquele sentimento de que nada faz sentido, o desprazer pelo trabalho, pelas tarefas do dia-a-dia, hobbies, pela vida, até. Apesar de pouco ou nada falar disto, sempre tive tendência para a depressão, a juntar à ansiedade que foi agravando nos últimos anos. O silêncio e o isolamento sempre foram a forma que usei para "lidar" com a situação. Nunca pedi ajuda, sempre achei que era tudo sinal de fraqueza e com ela vinha a vergonha de falar com quem quer que fosse sobre como me sentia. Até porque a dificuldade em explicar por palavras é sempre gigante. Se por acaso me perguntarem porque estou triste, apenas consigo responder "não sei, é por tudo". Sinto que não me consigo fazer entender, e isso deixa-me ainda pior. A...

Como eu achei que ia ser

A criança que um dia fui imaginou tanto este dia. Imaginei-o e sonhei-o, vezes sem conta. Com amor, com esperança, com fé. Com todo o meu coração.  Não imaginei onde, como, com quem, o quê, quando. Não fazia a mínima ideia de quem eu ia ser passados 10, 15, 20, 25 anos. Sabia apenas uma coisa. Que me queria honrar. Queria que a Marisa que estava anos à frente protegesse a criança que um dia foi. Hoje não é um dia especial. É um dia "igual a tantos outros", na minha realidade. Mas é um dia em que, da memória retiro a cápsula do tempo que a criança de 5 anos enterrou. Ironia da vida estar exatamente no mesmo sítio. Tive de voltar. Porque foi necessário. E porque quis voltar. Hoje respondo à questão que me coloquei quando tinha 5 anos. Ainda consigo ouvir as palavras a ecoarem na mente. Eu não perguntava onde iria estar com 28 anos. Perguntava onde iria estar com 18. Os quase 30 pareciam-me uma utopia, quase como se fosse outra vida. E hoje eu respondo-te "No mesm...

Isto é liberdade

Se não escrevesse enlouquecia, certamente. Embora nem escreva tanto como queria, umas vezes aqui, outras vezes em folhas soltas que se perdem com o tempo. O que importa é que se escreva. Importa deixar as palavras fluirem, abrir o coração, ir ao fundo do nosso ser e escrever, mesmo que nada faça sentido, e que tudo não passem de divagações sem nexo. Escrever é, sem dúvida, uma porta para o nosso mais profundo "eu". Escrevo aquilo que não digo cara-a-cara, escrevo o que quero desabafar para o nada, mas que tenho de o fazer de alguma forma e assim surgem as palavras, as frases, os textos...E como é bom deitar cá para fora aquilo que nos forra a alma, sentirmo-nos subitamente mais livres e aliviados, numa agradável sensação de liberdade, por simplesmente, ter escrito.