Uma enorme sensação de nostalgia invadiu-a de imediato. Apercebendo-se do quão eram bons os ingénuos tempos de criança, em que via o fim do mundo todos os dias, mas na manhã seguinte, estava tudo bem. Agora, as coisas não se passavam bem assim. A noite não conseguia mais carregar o peso dos seus medos. Seja destino ou outro tipo de utopia marada, os dias passavam e um resto dela passava com eles, desvanecendo-se, tão impercetivelmente que só conseguia ver a diferença quando, ao olhar para trás, reparava que nada mais restava a não ser a marca das memórias, arrastadas para longe, deixando caixas vazias pelo caminho, e sonhos, que um dia apenas precisaram de alguém que acreditasse neles.
E esse alguém não estava lá para os manter. Eles correram, líquidos como a chuva, por entre as fissuras, preenchendo o ladrilho do chão que pesadamente pisava. A chuva foi-se, para a relembrar que não há mal que nunca dure. Que, por alguma razão, existem os recomeços. Veio o sol, "nem sempre brilho, mas estou cá".
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