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What goes around...

Procurei-te. Sim, é verdade. Na altura em que o teu silêncio feria mais que ferro quente no meu peito, e matava-me, lentamente. Procurei o teu nome, o teu cheiro, a tua camisa, procurei todos os vestígios de ti. Tinhas o cuidado de deixar sempre um rasto por onde passavas. Típico teu e de meninos como tu, que colecionam jarras de corações. Aparecias em todo o lado, e eu procurava-te sem te encontrar, mesmo que estivesses à minha frente. Chegava a sentir repulsa por pisar o mesmo chão que tu, por saber que pousavas o teu olhar em mim, mas mesmo assim, preferias ficar no teu tão acostumado silêncio, sentindo-te importante e galando a pêga mais próxima e fácil que encontrasses. Estúpida, eu, por pensar que poderia ser diferente. Foi ao tomar realmente consciência da pessoa que eras, que um enorme alívio me invadiu. Afinal de contas, podia esquecer-te tão facilmente como um estalar de dedos, sem qualquer tipo de remorso, apenas com a certeza de que pessoas como tu não me merecem qualquer tipo de atenção da minha parte. Mas sabes a moral da história? What goes around, comes around.

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A mim não me interessa ser famosa, não me interessa ser reconhecida, nem saber que sabem o meu nome. Não é isso que me alimenta o ego, não tenho necessidade de ser adorada, nem idolatrada, ou whatever. Interessa que aqueles que eu gosto, gostem de mim e confiem em mim, pois isso sim, me trás felicidade. Julgar sem conhecer é fácil e está à mão de todos, mas se não conheces e falas, concerteza não tens o privilégio de conhecer. Os meus amigos conto-os pelos dedos, e esses, guardo-os a todos no coração. Para o resto do mundo sorrio, mesmo que de volta receba um pontapé. E é isso.

Sometimes, the worst place you can be is in your own head

Estou de volta por aqui. Nunca abandonei totalmente este meu cantinho, mas com o passar dos anos veio o desleixo. As redes sociais e o meu trabalho nelas, fizeram com que me dissociasse das palavras e até dos livros. A realidade é que me tenho sentido vazia. Aquele sentimento de que nada faz sentido, o desprazer pelo trabalho, pelas tarefas do dia-a-dia, hobbies, pela vida, até. Apesar de pouco ou nada falar disto, sempre tive tendência para a depressão, a juntar à ansiedade que foi agravando nos últimos anos. O silêncio e o isolamento sempre foram a forma que usei para "lidar" com a situação. Nunca pedi ajuda, sempre achei que era tudo sinal de fraqueza e com ela vinha a vergonha de falar com quem quer que fosse sobre como me sentia. Até porque a dificuldade em explicar por palavras é sempre gigante. Se por acaso me perguntarem porque estou triste, apenas consigo responder "não sei, é por tudo". Sinto que não me consigo fazer entender, e isso deixa-me ainda pior. A

Há histórias que se fecham a cadeado

Por vezes invejo aquelas pessoas que fazem da sua vida um livro aberto. Mas só um bocadinho. Não me fazia mal nenhum ter umas quantas páginas soltas. Mas não, as páginas do meu livro estão fechadas e é a cadeado. Por vezes deixo que peguem na chave e o abram, mas apenas por momentos. Os fantasmas do passado vivem, acorrentados nos poros do meu corpo, e eu não faço nada para o evitar. Não tenho controlo em mim, quanto mais controlá-los. Chego a sentir-me uma estranha em mim, a patinar de um lado para o outro, e a derrapar aqui e ali. O medo persegue-me diariamente, por caminhos sinuosos e outros nem tanto, mas ele persegue-me e eu tento sempre esconder-me dele. Estou num buraco só meu, e mais ninguém me vê la. Porquê? Já cantava o Angélico "Ela é...um segredo fundo do mar".