Eu escrevia-lhe palavras bonitas porque era tudo o que eu tinha no coração. Só o via a ele, mesmo que nele a minha imagem se passeasse ao lado de muitas outras. Ele dizia que nunca ninguém iria ocupar o meu lugar, enquanto segurava uma mão que não era a minha, e eu realmente não deixava ninguém sequer aproximar-se do seu lugar. Fiz do meu corpo um templo com o seu nome, e arranquei a alma para lhe dar. Tudo o que me restou foi vazio. Restaram as minhas cinzas a voar por cima do mar que ele olhava todos os dias. Encarcerei o meu corpo na corrente que balançava ao sabor do vento. Quis fugir mas todos os lugares me levavam até ele, não conhecia outra morada, não ousava pronunciar outro nome, estava impregnado em mim. Ele dizia que me amava mas que não podíamos ficar juntos. Usava a mesma saliva que usava para a beijar. "Sou um cabrão e menti-te durante meses". "Amo-te", era tudo o que eu ouvia.
A mim não me interessa ser famosa, não me interessa ser reconhecida, nem saber que sabem o meu nome. Não é isso que me alimenta o ego, não tenho necessidade de ser adorada, nem idolatrada, ou whatever. Interessa que aqueles que eu gosto, gostem de mim e confiem em mim, pois isso sim, me trás felicidade. Julgar sem conhecer é fácil e está à mão de todos, mas se não conheces e falas, concerteza não tens o privilégio de conhecer. Os meus amigos conto-os pelos dedos, e esses, guardo-os a todos no coração. Para o resto do mundo sorrio, mesmo que de volta receba um pontapé. E é isso.
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