Estamos todos doentes e a medicamo-nos com a própria destruição. Estamos doentes e não queremos ver que aquilo que mais nos mata, é o que pensamos ser o que nos mantém vivos. Vivemos doentes e amarrados a uma falsa saúde que nos remete a uma constante epifania. Não nos apercebemos do oásis ao qual estamos confinados, da rotina que nos cerceou. Estamos doentes de mudança, doentes de um sistema que nos manteve sempre cercados por muros altos, impedindo-nos ver para além deles. Nunca ousamos questionar. Aceitamos. Vivêmo-lo. Não somos vítimas, somos cúmplices.
Estou de volta por aqui. Nunca abandonei totalmente este meu cantinho, mas com o passar dos anos veio o desleixo. As redes sociais e o meu trabalho nelas, fizeram com que me dissociasse das palavras e até dos livros. A realidade é que me tenho sentido vazia. Aquele sentimento de que nada faz sentido, o desprazer pelo trabalho, pelas tarefas do dia-a-dia, hobbies, pela vida, até. Apesar de pouco ou nada falar disto, sempre tive tendência para a depressão, a juntar à ansiedade que foi agravando nos últimos anos. O silêncio e o isolamento sempre foram a forma que usei para "lidar" com a situação. Nunca pedi ajuda, sempre achei que era tudo sinal de fraqueza e com ela vinha a vergonha de falar com quem quer que fosse sobre como me sentia. Até porque a dificuldade em explicar por palavras é sempre gigante. Se por acaso me perguntarem porque estou triste, apenas consigo responder "não sei, é por tudo". Sinto que não me consigo fazer entender, e isso deixa-me ainda pior. A...

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